INTRODUÇÃO: a Síndrome ou Seqüência de Möebius, é uma doença rara caracterizada pela paralisia congênita e não progressiva dos VI e VII pares cranianos, quase sempre bilateral, podendo comprometer outros
pares cranianos. Os indivíduos acometidos apresentam pouca expressividade facial, podem apresentar sintomas disfágicos, deficiência auditiva condutiva e/ou sensorioneural, anormalidades estruturais, restrições
na aquisição de fonemas bilabiais e labiodentais e dificuldades no desenvolvimento da linguagem, e a comunicação encontra-se prejudicada mais na expressão que na compreensão (Albuquerque, de et all 2009; Sordi-
Ichikawa, 2006; Carneiro e Gomes, 2005). A literatura revela a importância do trabalho fonoaudiológico nas áreas do sistema miofuncional oral, cogniçäo, linguagem, desenvolvimento neuropsicomotor, funçöes
visual e auditiva (Boari, et all,1996).
OBJETIVO: descrever relato de caso de paciente com Síndrome de Moebius muito baixo peso abordando o histórico e seu desenvolvimento infantil até os 15 meses de idade.
MÉTODOS: paciente, 15 meses de idade, com diagnóstico genético confirmado aos 30 dias de nascimento, acompanhado do responsável procurou o atendimento fonoaudiológico na Clínica Escola de Fonoaudiologia
do Centro Universitário Jorge amado - UNIJORGE, em Salvador-BA. A coleta de dados conteve investigação desde o período gestacional até o presente momento. Foi assinado Termo de Consentimento para a
realização da presente pesquisa, respeitando a Resolução 196/96-CNS, de comum acordo com a realização da presente pesquisa.
RESULTADOS: a queixa que motivou a busca do atendimento foi força insuficiente na sucção que impediu a amamentação no seio materno. O recém nascido (RN) fez uso de sonda nasogástrica e após o desmame
seguiu com alimentação com uso da mamadeira. Nasceu de parto Cesário, pré-termo, muito baixo peso (950 kg), 39 cm, permaneceu em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e necessitou de manobra de
ressuscitamento. O menor cursou com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor, presença de reflexos patológicos de mordida, engasgos freqüentes com consistências sólidas e tempo aumentado para
alimentação com a mamadeira. Realizou, quanto ao desenvolvimento lingüístico, vocalização aos 8 meses e balbucio aos 11 meses, com uso atual predominante de gestos e vocalizações indiferenciadas, mostrando-se
atento a fala materna e a ordens imperativas e negativas, com interesse pelo interlocutor mostrando intenção potencial para a comunicação. O menor já havia recebido diagnóstico fonoaudiológico de Perda
Auditiva de grau leve e otorrinolaringológico de Refluxo gastroesofágico (RGE), faz acompanhamento multidisciplinar com Neuropediatra por conta de possíveis convulsões e demais alterações que acompanham a
doença, com Oftalmologista devido estrabismo ocular convergente e alteração de movimentação do globo ocular, com Otorrinolaringologista devido RGE, Ortopedista devido malformações congênitas e
Fisioterapeuta por possíveis alterações respiratórias.
CONCLUSÃO: o presente estudo mostra a necessidade de investigação detalhada de todas as informações colhidas para que se possa maximizar as funções que se encontram deficitárias a fim de valorizar as
potencialidades individuais dessa criança. Diante do quadro, a orientação aos pais/cuidadores é fundamental, bem como a avaliação e o tratamento fonoaudiológico.
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