APRAXIA DE FALA: REVISÃO DA LITERATURA SOBRE CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO
Autor(es) / Coautor(es) : Marília Barbieri Pereira, Andreza Luciane da Silva, Letícia Lessa Mansur, Marília Barbieri Pereira



Introdução: A apraxia da fala pode ser definida como um “distúrbio que se expressa no plano fonético-motor causado por ineficiente tradução dos engramas fonológicos para parâmetros cinemáticos para
concretizar movimentos”. Essa definição se justifica pelos achados recentes que propõem uma relação entre as representações fonológicas e o planejamento motor, sugerindo a existência de programas
específicos para a articulação. Há dificuldade em se estabelecer o diagnóstico da apraxia de fala por diversos fatores: não há uma relação consistente entre o local de lesão e sintoma; os casos “puros” são raros; o
diagnóstico diferencial é feito, predominantemente, por exclusão; não há um teste padrão ouro para a avaliação da apraxia de fala e a gravidade do quadro nem sempre é considerada. Objetivo: revisar os critérios
mais utilizados, atualmente, para o diagnóstico da apraxia de fala em adultos lesados cerebrais. Justificativa: Os quadros clínicos apresentam-se com superposições; o diagnóstico diferencial é complexo; há
controvérsias na literatura sobre as características essenciais do quadro e a ampliação da descrição tem um impacto direto no tratamento. Além disso, existem poucos estudos dedicados à discussão dos critérios
diagnósticos, principalmente na literatura nacional. Método: foi consultada base de dados Pub Méd e selecionados artigos de revisão a partir da entrada dos termos: apraxia de fala e diagnóstico. Resultados: foram
encontrados na literatura critérios que se apóiam em correlações anátomo-clínicas: em relação ao hemisfério lesado, a maioria dos estudos reconhece substrato em hemisfério esquerdo, embora alguns autores
defendam a possibilidade de lesões em hemisfério direito; do ponto de vista intra-hemisférico, associa-se a apraxia de fala às lesões na ínsula, lobo frontal (temporal, insular e temporo-parietal) e nos núcleos da
base. Critérios puramente sindrômicos, incluem ensaios articulatórios repetidos; perseverações; comprometimento primariamente na articulação (substituições, seguidas das omissões, inversões, adições,
repetições, distorções e prolongamentos dos fonemas); alterações na prosódia, consciência dos erros; discrepância entre produção voluntária e a fala automática; erros altamente inconsistentes; dificuldades de
iniciar a fala; erros articulatórios proporcionais à complexidade do ajuste motor exigido; velocidade de fala diminuída e ainda a presença do schwa na análise acústica. Foram encontrados ainda critérios baseados
no julgamento clínico, por consenso de especialistas. Conclusão: A diversidade de apresentação da apraxia de fala e a ausência de consenso no diagnóstico, indica a necessidade de estudos descritivos para que se
obtenham perfis e caracterização consistente dessa alteração de linguagem.



Dados de publica��o
P�gina(s) : p.2878
URL (endere�o digital) : http://www.sbfa.org.br/portal/suplementorsbfa