SESSÃO DE CONCORRENTES A PRÊMIO


Autoavaliação do comportamento comunicativo ao falar em público nas diferentes categorias profissionais
Autor(es): Mara Behlau, Ana Celiane Ugulino


INTRODUÇÃO: A modernidade obriga que a comunicação seja ainda mais efetiva, objetiva e de qualidade, sendo necessário o desenvolvimento de habilidades para apresentação em público. OBJETIVOS: Compreender como diferentes profissionais se autoavaliam ao falar em público – FP, identificar as situações de nervosismo e manifestações de ansiedade, além das alterações de voz e fala nessa situação. MÉTODOS: Participaram 700 profissionais ativos, 456 mulheres e 244 homens, média de idade de 35 anos, caracterizados de acordo com a demanda vocal em: suporte (n=113), transmissores (n=96), informantes (n=248), líderes/vendedores (n=139) e artístico (n=104). Foram aplicados dois instrumentos: a Escala de Autoavaliação ao FP - SSPS, com 10 questões e duas subescalas: positiva e negativa, validada para o português brasileiro e o Questionário dos Contextos Comunicativos - QCC, com 26 questões, especialmente elaborado para essa pesquisa, a partir do projeto piloto. RESULTADOS: Os escores do SSPS foram elevados, refletindo a exigência de qualidade nas situações de FP, sem diferença entre as categorias. As situações de nervosismo foram relatadas por profissionais de todas as categorias, principalmente quanto à insegurança com o conteúdo: suporte (64,6%), artístico (51,9%), informantes (51,6%), líderes/vendedores (44,6%) e transmissores (41,7%) e ser avaliado ao FP para: suporte (51,3%), informantes (51,2%), transmissores (45,8%), artístico (40,4%) e líderes/vendedores (33,8%). Quanto às manifestações de ansiedade, os principais resultados foram: palpitações (36,6%) e tremor na voz (30,1%) para suporte, tremor na voz (34,4%) e gestualidade excessiva (30,2%) para transmissores, tremor na voz e palpitações para informantes (33,5%), tremor nas mãos (30,2%) e na voz (25,9%) para os líderes/vendedores e, por fim, gestualidade excessiva (31,7%) e tremor na voz (19,2%) para o artístico. Todos os grupos referiram que a voz varia conforme a situação: informantes (59,7%), transmissores (54,2%), artístico (51,9%), líderes/vendedores (43,9%) e suporte (41,6%), sendo tremor vocal o sintoma mais prevalente para os grupos: líderes/vendedores (30,2%), suporte (30,1%), transmissores (29,2%) e informantes (23%), apenas o artístico não apresenta sintomas vocais ao FP (42,3%). Houve também relato de variação na fala conforme a situação, para os grupos: transmissores (51%), informantes (47,6%) e suporte (36,3%), e velocidade de fala aumentada foi o sintoma mais frequente em todos os grupos: suporte (46%), informantes (39,1%), transmissores (38,5%) e líderes/vendedores (26,6%) e artístico (25%). DISCUSSÃO: O desafio de FP causa, na maioria dos indivíduos, ansiedade e/ou nervosismo, até certo modo natural, mesmo quando a autoavaliação sobre o rendimento nessa tarefa é positiva. Todavia, para que esta emoção não cause impacto negativo no discurso, o falante precisa estar munido de técnicas específicas. CONCLUSÕES: Os diferentes profissionais, mesmo avaliando-se positivamente na situação de FP, independentemente da experiência e demanda vocal, consideram essa tarefa desafiadora, referindo sintomas de nervosismo e manifestações de ansiedade, além de relatarem a possibilidade de desvios na comunicação nesses momentos.


Dados de publicação
Página(s) : p.4929