SESSÃO DE PÔSTERES


O olhar do professor universitário em relação à inclusão do aluno surdo na Educação Superior
Autor(es): Beatriz dos Santos Medeiros, Barbara Rocha, Ana Paula de Oliveira Santana


Introdução: O Censo do Ensino Superior de 2010 confirma uma crescente entrada de alunos público-alvo da educação especial no ensino superior nos últimos anos. A universidade precisa, assim, estar preparada para uma inclusão educacional. Especificamente sobre a surdez, há estudos que comprovam a deficiência no processo de inclusão dos alunos surdos no ensino regular, porém são poucos os que falam sobre o ensino superior. Sabe-se que, para que a inclusão seja efetiva, é preciso que se mobilize vários fatores: adaptações arquitetônicas, formação de professores e servidores, contratação de intérpretes, aquisição de materiais específicos, dentre outros. Objetivo: analisar a inclusão no ensino superior especificamente a partir do olhar do professor. Metodologia: O estudo teve como local de pesquisa uma universidade federal (UFSC). Foram realizados dois procedimentos: questionários aplicados com professores e análise dos cursos de capacitação oferecidos aos professores. Um questionário semiaberto foi aplicado com 15 perguntas que discorrem sobre inclusão, junto a sete professores divididos em dois grupos: o GRUPO 1 (sujeitos 1 e 2) composto por professores do curso de Letras/Libras e o GRUPO 2 (sujeitos A à E) composto por professores cursos. Dividimos os grupos pois acredita-se que há diferenças significativas entre professores do curso de Letras/Libras (que é um curso em que seus alunos são, em grande maioria, surdos) e os demais cursos da universidade. Os dados foram analisados a partir de uma Análise de Conteúdo. Resultados: Todos os professores relataram que não possuíram nenhuma formação na área da surdez. Apesar disso, todos referiram compreender seu aluno e citaram que a língua de sinais favorece a interação possibilitando a fluência de ideias, embora eles não a dominem. Sobre o intérprete, a falta de conhecimento necessário sobre a importância do trabalho conjunto professor/intérprete faz com que o professor não desenvolva atividades juntamente com o intérprete por nunca ter obtido a informação de que isso é possível. A visão do professor sobre o papel do intérprete em sala de aula é de um mero repassador da informação na integra e não de tradução de maneira didática. Os docentes também referiram que realizam adaptação na aula e nas avaliações. Como dificuldades no ensino principalmente foi citado o número grande de alunos em sala de aula e o pouco investimento apoio institucional. Contudo, analisando o que a universidade oferece, percebemos que a foi oferecido cursos de capacitação nesses últimos anos e os professores participantes de nossa pesquisa em sua maioria não participaram de nenhum. Sempre sobrou vagas nos cursos oferecidos. Conclusão:. Os professores não tiveram formação para trabalhar com os alunos surdos, mas elaboram estratégias e se esforçam para incluir estes alunos, achando que dessa forma a inclusão já é efetiva precisando apenas que a universidade priorize as leis de inclusão cumprindo-as com rigor para dar um melhor acesso a esses alunos no ensino superior.


Dados de publicação
Página(s) : p.5736