Bandagem elástica: no alongamento labial em crianças com paralisia cerebral.
Autor(es): Andréa Pereira da Silva, Mariana Ribeiro Torres, Sabrina Borborema de Lima, Andréa Siqueira Kokanj
Introdução: indivíduos com paralisia cerebral costumam, de forma geral, ter alterações na musculatura orofacial e no sistema sensório motor oral. Dentre essas alterações podemos encontrar o lábio superior encurtado, o que pode comprometer o desempenho das funções orais. A bandagem elástica é um recurso que pode ser utilizado de forma auxiliar nos processos terapêuticos. A Fisioterapia já utiliza e pesquisa esse recurso há tempos e nos últimos anos a Fonoaudiologia também passou a utilizá-lo como bons resultados clínicos observados de forma empírica. A bandagem elástica é constituída por micro fios de elastano, envolvidos por algodão retorcido e cola hipoalérgica em um dos lados. Essa aplicada na pele faz uma estimulação tegumentar e estimula os mecanorreceptores e produz informações sensoriais que favorecem a integração entre os sistemas e proporcionam uma resposta motora. Objetivo: verificar o efeito do uso da bandagem elástica como auxiliar da terapia fonoaudiológica no alongamento do lábio superior em crianças com paralisia cerebral. Método: Essa pesquisa foi realizada no setor de Fonoaudiologia de uma instituição que atende crianças e adultos com alterações motoras na cidade de São Paulo. Participaram do estudo 16 crianças, do sexo masculino e do feminino, com idade média de 5 anos e 6 meses, leucodermas e com diagnóstico de paralisia cerebral. O critério de inclusão foi apresentar uma medida de lábio superior inferior à esperada para a faixa etária segundo a literatura. Os indivíduos da amostra foram divididos em dois grupos: o grupo pesquisa que realizou exercícios fonoaudiológicos tradicionais para alongamento do lábio superior, além da bandagem elástica durante uma hora por dia e o grupo controle no qual foi realizado a terapia tradicional para alongamento do lábio superior com os mesmos exercícios do grupo pesquisa O período desta pesquisa de intervenção, para ambos grupos foi de um mês. Foram realizadas medidas antropométricas, com paquímetro digital NSK 1/128, da marca Stainless Hardened® antes e depois de um mês de terapia em ambos os grupos. As medidas foram realizadas em dois pontos: um na região subnasal em columela e outro na parte mais inferior do lábio superior, o estômio e obteve-se a distância linear entre os pontos subnasal e estômio. Os resultados foram submetidos a tratamento estatístico. Resultados: verificou-se aumento do valor médio com significância estatística nas medidas do lábio superior no grupo pesquisa, além disso houve o alongamento máximo descrito na literatura, quando comparado antes e depois da terapia com o uso de bandagem e quando comparado ao grupo controle. Conclusão: o uso da bandagem elástica mostrou ter efeito positivo como auxiliar no alongamento labial nas crianças que participaram deste estudo. Dessa forma, a bandagem elástica se mostrou um recurso eficiente a ser agregada a terapia fonoaudiológica, que pode trazer grandes contribuições em casos de indivíduos com alterações na motricidade orofacial.
