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Impacto da intervenção fonoaudiológica em Alterações de Processamento Auditivo em Escolares com Baixo Rendimento Acadêmico
Autor(es): Marina Tavares Ribeiro, Anna Paula Intini Porto, Ingrid Gielow


Introdução: As alterações de Processamento Auditivo podem ser caracterizadas por dificuldades em decodificar, discriminar, analisar e interpretar informações sonoras. Quando encontradas em crianças em idade escolar podem acarretar em dificuldade de interpretação do que é ouvido, diminuindo a retenção de informação, principalmente em sala de aula, causando por consequência dificuldades de aprendizado Objetivo: O presente estudo teve por objetivo comparar os resultados de avaliação e reavaliação do Processamento Auditivo, após intervenção fonoaudiológica, em crianças com baixo desempenho escolar do Ensino Fundamental I (1º a 5º ano) de uma escola da rede privada de ensino de Santo André, São Paulo. Métodos: Inicialmente foi realizada avaliação de todas as habilidades auditivas de um grupo de 22 alunos, encaminhados por seus professores, sendo o critério de inclusão para a avaliação apresentar baixo rendimento escolar. Destes, 21 apresentaram alterações e foram encaminhados para intervenção fonoaudiológica, porém foram analisados dados de 13 alunos que concluíram o protocolo determinado. O protocolo de terapia contou com 12 sessões direcionadas através dos exercícios do site “afinandoocerebro.com.br” associadas a 12 sessões de terapia em cabina acústica quando havia prejuízo de decodificação. A mostra contou com 13 alunos entre 7 e 11 anos (×=8,5), sendo 3 meninas e 10 meninos. Os pais ou responsáveis dos alunos avaliados assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, autorizando a participação do menor. A avaliação incluiu Audiometria Tonal, Logoaudiometria, Imitanciometria e Avaliação de Processamento Auditivo - Teste de Localização Sonora, Teste de Memória Sequencial Verbal (TMSV), Teste Dicótico Não-Verbal (TDNV), Teste Dicótico de Dígitos (TDD), Teste de Logoaudiometria Pediátrica - PSI, Teste de Fala no Ruído (FR), Teste Dicótico de Dissílabos Alternados - SSW (Pereira e Schochat, 1997), Random Gap Detection Test - RGDT (Auditec, 2000) e Teste de Padrão de Frequência-TPF (Auditec, 1997). Resultados: A reavaliação após intervenção mostrou resultados de normalização para a faixa etária em 100% (n=13) dos alunos alterados nos testes de: Localização, TDD, TDNV, PSI, FR, RGDT e TPF. O teste SSW apresentou inicialmente alteração em 76,9% (n=10) dos casos, Efeito de Ordem em 76,9% (n=10), Efeito Auditivo em 46,1% (n=6), Inversões em 23% (n=3) e Tipo A em 84,6% (n=11). Em reavaliação obteve-se normalização em 90% (n=10) dos alunos alterados sendo a alteração existente apenas à esquerda, os Efeitos de Ordem foram reduzidos pela metade, os Efeitos Auditivos, Inversões e Tipo A apareceram em apenas 7,6% (n=1) da amostra total. Conclusão: A terapia fonoaudiológica faz-se necessária para reabilitação de alterações do Processamento Auditivo e a investigação de alterações de PA em crianças com baixo rendimento escolar é imprescindível para delinear as possíveis causas de uma dificuldade de aprendizado e assim, realizar a intervenção adequada para o desenvolvimento das habilidades auditivas e consequente melhora no desempenho escolar.


Dados de publicação
Página(s) : p.5302