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CARACTERIZAÇÃO DOS PERFIS COMUNICATIVO E NEUROPSICOLÓGICO DE CRIANÇAS AUTISTAS CANDIDATAS AO USO DO PICTURE EXCHANGE COMMUNICATION SYSTEM – PECS
Autor(es): HELOISA GONÇALVES DA SILVEIRA, MONICA BEVILACQUA, MARIANA ISHIHARA, CARINE FERREIRA, ALINE C.F.SOUZA, ALINE ARMONIA, MARIANA C.S. SILVA, WAGNER RIBEIRO, SABRINA S RIBEIRO, DANIELA BORDINI, MARCOS RIBEIRO, MONICA SCATT, MARIA CONCEIÇÃO ROSÁRIO, SHEILA CAETANO, JACY PERISSINOTO, ANA CARINA TAMANAHA


Introdução: O Picture Exchange Communication System - PECS é atualmente um dos programas de comunicação alternativa mais utilizados mundialmente para crianças autistas não verbais. Esse sistema é composto por figuras/fotografias selecionadas de acordo com o repertório lexical de cada sujeito e envolve não apenas a substituição da fala por uma figura, mas também incentiva a expressão de necessidades e desejos. A hipótese deste estudo é a de que para garantir o sucesso da implementação do PECS o primeiro passo é a caracterização dos perfis de comunicação e neuropsicológico dos usuários deste sistema. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi caracterizar os perfis comunicativo e neuropsicológico de crianças autistas candidatas ao uso do PECS. E posteriormente, identificar a interferência da implementação do sistema nestes perfis. Metodologia: Trata-se de um estudo longitudinal. A amostra foi constituída inicialmente por 22 crianças autistas: 18 meninos e 4 meninas; na faixa etária de 7 a 12 anos (média=8 anos e 2 meses), avaliadas e diagnosticadas por equipe multidisciplinar, segundo os critérios do DSM-5. Como critérios de inclusão consideramos: diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a faixa etária. E como critérios de exclusão: a presença de alteração física, sensorial e/ou motora. Para delinear os perfis de comunicação e neuropsicológico das crianças foram aplicados os seguintes instrumentos: Teste de Vocabulário Expressivo (Seabra, Dias, 2012) e Teste de Vocabulário Auditivo (Capovilla et al, 2011). Escala de Inteligência Weschler – WISC III (Weschler, 2002); Escala Vineland de Comportamento Adaptativo, que visa investigar o conjunto de habilidades sociais e adaptativas (Sparrow et al, 1994); Autism Behavior Checklist - ABC (Krug et al, 1993) para mensurar grau de severidade dos comportamentos não-adaptativos. Após a implementação do Programa PECS, 8 crianças foram re-avaliadas com parte dos instrumentos utilizados na etapa de avaliação inicial. Resultados: A análise dos resultados indicou quanto ao perfil comunicativo inicial, que as crianças apresentaram vocalizações como meio comunicativo predominante (77,3%). Além disso, demonstraram dificuldade acentuada nas testagens iniciais de vocabulário auditivo (Média=3,1 e DP=7,6) e expressivo (Média=3,4 e DP=9,5). Quanto ao perfil neuropsicológico, as crianças apresentaram índice de quociente intelectual na faixa inferior; e prejuízos acentuados na habilidade de adaptação social, com escore médio de 27,6 (DP=13,4) na Escala Vineland e pontuação média de 83, no ABC. Após a implementação do Programa PECS em parte da amostra, observamos que as vocalizações se mantiveram como o meio comunicativo predominante, no entanto nas testagens de vocabulário observamos aumento significativo de respostas para o expressivo (p=0,027) e tendência de aumento para o auditivo (p=0,068). Houve ainda, diminuição significativa de comportamentos não-adaptativos pelo ABC (p=0,017). Conclusão: Foi possível caracterizar os perfis de comunicação e neuropsicológico das crianças e verificar que elas demonstraram acentuados prejuízos cognitivos, adaptativos e especialmente, de comunicação. E que após a implementação do PECS, as crianças não apenas se beneficiaram do uso do sistema para garantia da troca comunicativa, mas também tiveram impacto positivo em tarefa de vocabulário expressivo e na diminuição dos comportamentos não-adaptativos.


Dados de publicação
Página(s) : p.9576
URL (endereço digital) : http://sbfa.org.br/portal/anais2017//trabalhos_select.php?id_artigo=9576&tt=Busca
ISBN 978-85-89902-05-2