Salvador, primeira capital do Brasil, berço de manifestações artísticas e culturais. Expressa nas talentosas vozes de artistas baianos como Dorival Caymmi, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia, na trama dissonante de Tom Zé, na batida do Olodum, no rock ’n’ roll de Raul Seixas, no axé e no afoxé dos filhos e filhas de Gandhy; na poesia de Castro Alves e nas crônicas de João Ubaldo Ribeiro, nas histórias saudosas de Jorge Amado, na arte de Mário Cravo e no cinema de Glauber Rocha. Terra da diversidade, berço cultural da africanidade no Brasil. Bahia do sincretismo de todos os santos. Bahia do abará, da moqueca e do acarajé. Aqui, em 1808, instalou-se a primeira faculdade de Medicina do Brasil e, mais recentemente, isolou-se o vírus da Zika de maneira pioneira. Palco do descobrimento, da arte, da cultura, da gastronomia e da ciência. Esses são exemplos do rico cenário onde ocorreu o XXV Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia e I Encontro de Fonoaudiologia da Bahia, promovido pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa).

Neste ano de 2017, comemorou-se o jubileu de prata dos congressos. Uma edição especial, da qual todos constituímos importante parte nesses 25 anos de produção e difusão da ciência. Com o tema “Integralidade na Formação e no Cuidado”, as atividades científicas (de 13 a 15 de setembro de 2017) foram propostas em modalidades visando agregar o conhecimento científico, com foco nos sujeitos e nas coletividades, respeitando-se as singularidades de cada área. Foram elas:

• Tema Transversal (TT): discussão de um tema com a participação de três palestrantes de diferentes áreas do conhecimento, ampliando os olhares para o mesmo tópico.
• Discussão de Caso Interdisciplinar (DCI): discussão de um ou mais casos/situações-problema, por três profissionais de diferentes especialidades da Fonoaudiologia, com expertise no tema.
• Como eu Faço?: sessão em que se trouxeram atualidades acerca de um tema de expertise do convidado, de forma dialogada, por meio de perguntas do moderador e dos congressistas presentes.
• • Sessão Comentada de Trabalhos Científicos e Mostra de Experiências/Práticas Fonoaudiológicas: atividade em que se fomentou o debate de ideias entre os autores, comentaristas e público participante, de modo a valorizar os trabalhos trazidos pelos congressistas, apontando-se pontos fortes, aspectos a serem revistos e perspectivas futuras, tendo em vista o fortalecimento da produção científica da Fonoaudiologia brasileira.

No total, foram apresentados 699 pôsteres (593 trabalhos científicos, relatos de experiências ou práticas fonoaudiológicas e 106 concorrentes ao prêmio “Excelência em Fonoaudiologia”, sendo 71 trabalhos científicos, 23 teses e dissertações e 12 relatos de experiência), sendo comentados em sessões por três expertises de áreas diferentes da Fonoaudiologia. Foram expostos uma média de 198 trabalhos por dia para que os autores pudessem compartilhar suas experiências e participar das sessões comentadas com os demais congressistas e comentaristas. Todos os trabalhos concorrentes a prêmio ficaram expostos nos três dias do evento. Todos congressistas foram convidados a participar, partilhar e debater ideias. A proposta “Mostra de Experiências/Práticas Fonoaudiológicas” foi bem acolhida como expressa o número de trabalhos submetidos e apresentados nessa modalidade (204 pôsteres).

Com objetivo de promover discussões coletivas, com temas transversais comuns às diferentes áreas, o evento ofereceu aos congressistas duas conferências magnas, “Integralidade na Formação e no cuidado” e “Avanços em Pesquisa na Fonoaudiologia”, ministradas por conferencistas de renome.

Inauguramos o pré-congresso (12 de setembro de 2017), retomando o diálogo com a academia, sendo a Universidade Federal da Bahia nossa importante parceira nessa ideia. Nesta oportunidade, foram realizadas atividades abertas e gratuitas como encontros, fóruns, oficinas e a roda de conversa “O que é que a Bahia tem?”, além de minicursos com destaques da Fonoaudiologia.

Atividades culturais também foram inseridas na grade, de modo a integrar arte e ciência. Realizaram-se apresentações de grupos musicais e de dança, que graciosamente se dispuseram a trazer um pouco da beleza da voz e do corpo nas manifestações artísticas.

Para comemorar o jubileu de prata foi proposta a gincana estudantil “Fono, mostra sua cara!”, buscando resgatar a produção científica dos últimos 25 anos de nossa história, num momento de confraternização entre os participantes.

Ressaltamos a importante participação dos gestores dos Departamentos, Comitês e Comissão de Ensino da SBFa e dos profissionais, docentes e alunos das Comissões (Local, Gincana e Apoio) os quais, juntamente com a Diretoria Executiva da SBFa, auxiliaram na construção da programação científica.

Nossa gratidão a todos os 665 participantes nesta edição do Congresso Brasileiro da SBFa, aos convidados por abrilhantarem este evento, aos avaliadores pelo seu trabalho anônimo, sério e comprometido, aos comentaristas por abraçarem o desafio de juntos com os autores fortalecermos a produção científica e prática da Fonoaudiologia brasileira. Este congresso foi fruto de um grande esforço coletivo que tornou possível sua concretização num curto espaço de tempo. Nossa gratidão também a cada um de nossos parceiros, assim como nosso agradecimento especial aos patrocinadores.

Nossos cumprimentos aos autores dos 45 trabalhos premiados nas diversas áreas e modalidades.

Por fim, agradecemos à Reitoria da Universidade Federal da Bahia pela parceria e apoio desde a idealização deste importante evento da Fonoaudiologia.

Salvador nos inspirou com a sua beleza, ciência e diversidade.

Compartilhamos a produção do XXV Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia nas páginas que se seguem.

Cordiais Saudações,

Regina Yu Shon Chun
Maria Lúcia Vaz Masson
Diretoria Científica da SBFa – Gestão 2017/2019